2013
Efemérides
Servir ao dinheiro.
Esta é a única disputa que interessa para a maioria das pessoas e fico procurando onde está a outra minoria para ser diferente e não sucumbir. Se bem que para aquele que saiu da caverna de Platão é quase impossível retornar sem querer sair. As cores são mais vibrantes, a vida melhor com seus sons motivos e desmotivos.
Servir ao capital e tudo o que ele pode resolver. Estando nesta terra pobre em todos os sentidos dá para sentir o que é de fato ser diferente. Porque todos passam a ser indiferentes com você. Um peso grande que se pudesse jogaria de lado e seguiria em outra direção.
Isto não mudaria muito, pelo que leio tudo continua neste sentido, travestido na maioria das vezes de social. Você tem voluntário indo ajudar desgraçados, e estes voluntários não tem capacidade alguma de se organizar para uma vida melhor e que os desgraçados não venham a ser necessários.
As campanhas de valores tem enrustido todo um serviço pelo capital. Quem dita os valores é quem detém o poder. Caso contrário não seria necessário o exercício do poder. Dizer que este ou aquele poder teve suas qualidades é somente uma justificativa para que se continue a reconhecer o poder e seu exercício como algo que sempre existiu.
O dinheiro não reconhece qualquer coisa e sempre seguirá no sentido da melhor rentabilidade, melhor exercício de poder para justificar sua própria existência. É engraçado é como se estivéssemos diante de uma entidade autônoma. Observemos as criações de outras moedas, moedas sociais, uma variante tida como inteligente e novamente controlada, dominada, no mínimo pelo cunho exclusivamente social.
Servir ao dinheiro é o que vai garantir você poder entrar naquele local caro e dizer para todos que esteve lá. Se você tiver dinheiro, o carro do ano, todos vão parar e ouvir o que você tem a dizer, mesmo que seja somente m... Aquele que já serviu um dia talvez tenha saudades e de vez em quando possa ter uma recaída, querer voltar, mas é difícil voltar para um lugar do qual se sabe não ter consistência ou qualquer sentido para uma vida mais integrada, aprazível.
Troque a abertura da porta.
Já ouvi diversas frases mais ou menos assim: "quem bate na porta será atendido", "quando se fecha uma porta outra se abre" e assim por diante.
Dias atrás observei que a porta de nossa geladeira estava quebrada no canto superior esquerdo. Ela ainda está em ótimo estado e olhando para o outro lado vi a possibilidade de trocar a abertura.
Troca feita, surgiu este lampejo com relação as frases acima quando estava tentando abrir pelo lado de costume. Se as possibilidades e oportunidades da vida não acontecem pode ser que estamos tentando abrir a porta pelo lado que não abre.
Penso nisso toda vez que vou pegar algo na nossa geladeira, mesmo começando a acertar o lado novamente. Trocar o lado da porta permitiu que outra ideia aflorasse e possivelmente outras daqui para frente.
Manifestações e reações
Estava escrevendo em outro local e emitindo opinião pessoal. Como não penso que um espaço que não é buscado a cada dia tem valor por si só vou manter aqui o que penso.
Junho de 2013 marcado por manifestações que iniciaram com o Passe Livre em São Paulo e se espalharam como pólvora por todo o país. Aconteceram manifestações com diversas pautas e o movimento aparentemente sem líderes começa um desdobramento que considero perigoso no sentido de estancar a possibilidade de evolução de toda a sociedade.
Os discursos dos senadores da vigília do dia 20 para o dia 21 de junho, Pedro Simon, Cristovam Buarque, Paulo Paim, Rodrigo Rollemberg, Pedro Taques e Magno Malta, foram elucidativos. Este grupo tem diversas ações que simplesmente não seguiram em frente.
Hoje dia 25 de junho, depois de uma declaração da presidenta Dilma e ouvindo a sessão do senado estão todos fazendo do mesmo. A presidenta chamou os líderes do movimento e acertou determinados pontos. Ora, se o movimento não tinha líderes e foi um convite de alguns com outros, de onde saiu o acordo. O pior é que o senado segue num caminho igual, dizendo que fizeram isto e aquilo, que as ruas tem pressa e no entanto reclamam que não foram chamados para dialogar com o executivo.
Ora, se querem independência de poderes, porque deveriam ser chamados? Porque não fazem o que é seu dever, tem PEC 33 e 37,PL contra a corrupção? E outras, existem possibilidades de votações do congresso para uma reforma política de fato, e que tenha valor em 2014.
Tenho uma opinião. Se ficarem neste vai e vem e de fato não acontecer nada os manifestos vão aumentar e possivelmente tornarem-se perigosos. Se não entenderem que a crítica é contra o modelo político partidário tudo ficará pior. De nada adianta jogar propostas esperando consenso político. As promessas estão cansando e o pior. Os deputados e senadores que agoram discursam contra o governo que eu lembre não fizeram nenhuma mobilização para cobrar as promessas do executivo.
E aí? O senado vai ouvir o que os senadores da vigília falaram e o que defendem? Penso que deveriam ouvir.