2018 - claudioloes

Cláudio Loes
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2018

Efemérides
Últimos dias - 16/12/2018

Pensar no final é sempre assustador. Mas faz parte da existência dar lugar para que outro ciclo comece. Pode ser um ciclo individual, todo um grupo ou toda uma sociedade. Ou até mesmo uma espécie inteira.

Tudo porque os mais adaptados é que seguem em frente, perpetuando o que de melhor existe. Se não for melhor esqueça. Será mero sonho de uma noite de verão quentíssimo imaginando ter um belo ventilador.

A despedida não é boa num primeiro momento e abandonar algo de que se gosta não é fácil. Parece uma dor que prende sem mais o que fazer. É preciso deixar as amarras, as ancoras que prendem no fundo do abismo. Saltar para algo melhor, um objetivo maior que não somente o de sobreviver.

Ninguém precisa ficar sabendo de nada, basta ser fiel a sua bússola, no meu caso ao meu norte. Decidi ser melhor, levar em frente outros projetos e deixar que tudo o mais desabe. É preciso que a casa caia para ser construída moradia melhor.


Cabo de guerra - 8/11/2018

Gosto de escrever um artigo sem exigência outra que não parar para pensar. Ou melhor, levar um pensamento, algo que está a dias sendo cozido pelos neurônios, para compartilhar com outras pessoas e quem sabe poder gerar alguma troca. O cabo de guerra, um jogo conhecido, tem sido de grande valia para ficar atento a determinados acontecimentos que se repetem e que para a maioria é novidade. Novidade? Porque é bom não esquecer?

As perguntas são a motivação para continuar. Um princípio que talvez só seja lembrado quando de uma pesquisa científica. Um bom trabalho de pesquisa depende de uma boa pergunta. Perguntar não ofende, não dá processo, mas permite estar atento e se mostrar atento. Vou procurar não criar mais perguntas.

O cabo de guerra é um jogo que precisa da participação de mais pessoas e uma corda. Basicamente é assim que me lembro dele. Quando nos tempos de colégio o professor de educação física vinha com uma corda, o jogo já estava definido. Com algumas poucas variações, era sempre uma disputa entre dois grupos.

Uma das variações era interessante. Depois que o professor definisse as duas equipes e uma melhor de três disputas, era dada a oportunidade de formar duas novas equipes por escolha. Normalmente os dois mais fortes faziam as escolhas. Era feita nova melhor de três. Como estas escolhas se sucediam, os dois “chefes” ficavam atentos para mudar suas escolhas de acordo com o desempenho observado. No final, a disputa ficava muito equilibrada. Para poder vencer era preciso buscar outras estratégias.

Se olharmos para a nossa sociedade, com todas as suas imperfeições democráticas, é curioso observar como o paralelo com o jogo é claro. No início alguém define como vai ser a disputa. Temos como base a Constituição que é comum para todos. As regras perante as quais todos concordam. No dia a dia é uma tensão diária pela existência, por viver. Vão existir os mais fortes. Aqueles que podem redefinir os participantes ou não.

Novidade? Claro que não, mas parece que esquecemos como os processos organizacionais acontecem e é bom não esquecer. Porque em determinados momentos temos a sensação de que nada vai melhorar. O buraco parece ficar se abrindo aos nossos pés e somos tragados para uma variedade de perdas de tempo, perdas de vida ou de uma condição melhor para viver. É como se toda a convivência estivesse definida e que sempre seria assim.

Enquanto tivermos a possibilidade de alternância está tudo bem. Porque podemos trocar os apoios, procurar outros participantes, para ter uma sociedade melhor. E indo um pouco mais a fundo, sem nova pergunta, é como o pendulo do relógio. O problema é se parar ou se ficar num dos extremos, o relógio deixa de funcionar e a sociedade entra em colapso.

Não se esquecer dos processos, dos ciclos, das alternâncias, é de grande valia para não ficar preocupado em demasia. É melhor estar atento e se mostrar atento. Quanto mais atentos, talvez um dia possamos pensar numa sociedade diferente, talvez não comparada com um cabo de guerra, mas com outro jogo, o cabo da paz.

Por curiosidade, o cabo da paz também usa uma corda e várias pessoas. A diferença é que elas seguram a corda formando um círculo, pendem o corpo levemente para trás com os braços esticados e fazem movimentos de subir e descer juntos. Pode ser com dois pés no chão, um pé no chão, e outras variações. Mas, não se engane, para o conjunto funcionar, as forças precisam estar equilibradas no círculo.

Encerrando e para não ficar despercebido, com o Meio Ambiente e a Educação Ambiental acontece o mesmo. Tivemos até agora certo disfarce, poderia até dizer engodo. Leis sempre muito boas, de primeiro mundo, com aplicação a desejar. Sem fiscalização da sociedade. Então poderá ser preciso que de fato mais problemas aconteçam para saber que está mais do que na hora para reorganizar o jogo. Porque a dinâmica social, quer gostemos ou não


Momentos atuais que se repetem. 25/10/2018

Prometi que sairiam algumas opiniões e lá vão elas. Ouvi dizer que o grande problema da atualidade é emitir opiniões sem estudar uma questão a fundo. De certa forma concordo, mas também percebo um problema mais profundo. Se tudo demandar estudo profundo, quando teremos a chance de pensar um pouco fora do quadrado sem muitas referências. Afinal, nem tudo é perfeito e minhas opiniões também não. Além do mais, elas têm uma chance grande de repetir algo que alguém já pensou e que ficou esquecido. Mas, como não estudei não vou saber quem foi.

Até hoje todos os movimentos migratórios para mim tem algo em comum. A busca pela sobrevivência e isto deve ter sido objeto de estudo ao máximo. Enquanto os estudos são referência de algum passado longínquo, uns 500 anos, vai lá, pode ser 100 anos, ficamos tranquilos no sofá. Mas, quando nos dias de hoje as migrações acontecem, nos mais variados locais do globo, a complicação é maior. Quem está num lugar sem problemas, com o seu futuro garantido, não quer saber de receber migrantes.

Assim, num primeiro momento criam-se barreiras oficiais, depois as físicas e aumentando até o uso de armas. Mudam as armas, mas continua tudo igual. Vamos um pouco mais a fundo. Os colonizados um dia vão buscar seu tesouro roubado, isto pode levar séculos mas sempre irá acontecer. Basta ver a busca dos migrantes africanos pela Europa. No passado isto já aconteceu quando começamos nossa jornada evolutiva. Aí alguém outro dia perguntou como é que um africano ia se virar com a língua na Europa. Sendo um ser ignorante, foi fácil explicar. Quase toda a África foi colonizada e a língua oficial era do colonizador. Assim, muitos sabem francês, inglês, alemão, italiano, português...

O caso nas Américas é mais interessante. Porque também seguem em busca de uma vida melhor, ou melhor, a sobrevivência. Vence o mais adaptado. Outro dia no jornal estavam entrevistando um haitiano. Perguntaram por que ele estava indo para os Estados Unidos. Ele foi bem claro, lá só tem três por cento de desempregados, penso que posso conseguir um lugar pelas minhas qualificações.

Os venezuelanos que estão entrando no Brasil também buscam uma saída para sobreviver. Enquanto isso, num passado não muito distante, ouvia-se discursos de investimentos da Venezuela no Brasil.

Existem duas situações nas migrações que percebo. Existem aqueles qualificados, que por não encontrarem mercado para suas qualificações vão buscar outros locais e disputar com quem lá está. Existem aqueles sem qualificação nenhuma, não tem mais como sobreviver no seu país de origem porque o estado desmoronou e sem ajuda eles ficaram a beira do fim. Assim, como não tem nada perder vão para qualquer lugar, em busca de qualquer oportunidade, mesmo não sendo aquelas legalmente aceiras.

Aquele que foi espoliado, usado, dilapidado, um dia voltará para tomar o que é seu. Se de fato é ou não dificilmente saberemos. Todos estes movimentos levarão um dia a uma constituição planetária, todos pertencentes à mesma espécie procurando viver com suas diferenças regionais. Sonho? Talvez, enquanto isso vai tendo as migrações como sempre as tivemos em nossa existência humana.

79 dias – 25/10/2018

Este é o número de dias desde a última vez que escrevi aqui nas efemérides. A pausa em parte foi porque escrevi mais poemas e outra, pelas atividades relacionadas ao lançamento do livro “Sonho”. Assim, é preciso escrever porque dá prazer e pensar desta maneira é sempre melhor. Se bem que aqui não faço revisão. Deixo as ideias fluírem, porque quem planta sempre colhe algum fruto em algum tempo e espaço.

Quanto ao livro tem uma experiência interessante. Nada é fácil em nenhum momento da vida. Porque estamos sempre às voltas com nossa existência. Ela pode variar em sua dureza e sempre precisará que tenhamos diamantes para poder lapidá-la. Ter uma ideia que nunca sonhou ser livro no seu início é algo diferente. Sonhei em escrever um livro de opiniões como faço aqui, mas nunca num de poemas. Eles foram sendo escritos e divulgados entre conhecidos, amigos e dos que gostam e nem conheço todos.

Agora que o produto está aí ocorre o seguinte. Muitos dos mais próximos pensam que deva dar de presente e não entendem que é fruto do meu esforço para existir economicamente na sociedade. Atuei com projetos de Educação Ambiental que neste ano de 2018 não renderam nada. Perdi licitação e a empresa que está lá fazendo o projeto não está executando corretamente pelo que pude saber. E um projeto escrito e aberto, era só executar.

Assim, o livro não é um brinde da minha riqueza e sim um querer exercer algum trabalho que me permita estar vivo. E esta não compreensão é uma grande dificuldade. Resolução: não ofereço mais o livro para os mais próximos. Até precisei ouvir a seguinte afirmação: se eu leio de graça seus poemas no WhatsApp porque deveria comprar o livro. Fiquei olhando e tive certa pena da pessoa, porque ela simplesmente lia os poemas. Provavelmente também só compraria por comprar o livro.

Deixando de lado a parte economicamente que não está dando retorno, sei que é preciso continuar teimando. Porque no mínimo ajuda a ficar vivo e ter chance de ainda mais ser criativo, ter ideias, saber apreciar o canto do pássaro que ouço agora. Aqui um desabafo para retomar e seguirá no próximo alguma opinião. Elas foram sendo geridas e agora sentem a necessidade de serem postas para fora. Seguimos em frente. Caso queira entrar em contato, fique a vontade. Para me encontrar é fácil.


Reflexões sobre a 95ª Limpeza do Rio Marrecas e publicação no Facebook. 8/7/2018

Gosto de jogar xadrez porque existem muitas possibilidades e quando o jogo vai chegando ao fim, dependendo da estratégia, pode dar empate ou mate.

Parei agora para pensar no número 95 e de como a maior parte deste tempo fui solitário. Usei várias estratégias de divulgação, palestras, convidar para participar, abrir grupos em outros locais e nada. Os efeitos e replicação foram mínimos.

Entendo que os tempos de herói já se foram e seguir o exemplo de um homem só também. A maioria quer estar num grupo, num grupo de coisas boas. Quem quer ficar catando lixo que outros sem educação deixam por aí e que param nos rios?

E agora olhando para trás pelo retrovisor percebo que para acontecer alguma mudança é preciso muito mais. Começando pelo nosso cérebro preguiçoso, que não quer gastar energia para mudar. É preferível ficar assim como está.

No caso da limpeza do rio é bem claro. Muitos curtem, elogiam. Isto no fundo as deixa bem como estar sentando em frente a televisão assistindo a guerra real que está sendo transmitida online pela televisão e se emocionar com a desgraça. O esforço é mínimo com um efeito psicológico fantástico, tudo continuará igual.

O compartilhar para mais pessoas saberem do que está sendo feito já iria exigir exposição. E aí o cérebro não quer. Por quê? Porque viria um questionamento sobre o fazer. Uma ação, mesmo de compartilhar exige energia e envolvimento. Concordar com.

Já partir para uma ação semelhante seria de elevado custo. Se nós pagamos os impostos tão caros quem deveria cuidar da limpeza seriam os órgãos públicos. Várias vezes as pessoas passaram por mim no parque tecendo elogios porque a prefeitura finalmente estava fazendo algo de bom. E para tristeza deles eu avisava que eles podiam fazer a mesma coisa, porque eu não era funcionário da prefeitura. Ficavam calados e iam embora.

Nesta de acharem que era funcionário do parque, uma criança passou e depois de ouvir a resposta anterior que tinha dado para seu pai, um pouco mais adiante comentou: pai ele deve ter problema da cabeça porque gosta de ajuntar lixo. O pai respondeu para ela: e você deve tomar cuidado porque pessoas com problemas mentais podem ter outras reações. Como estava ajuntando o lixo, continue catando no meio da trilha como se surdo também fosse.

Talvez na 100ª eu pare porque também tenho grande gasto de energia para continuar seguindo contra a maré. Ou quem sabe eu de xeque-mate e não queira mais estar com quem só curte, comenta ou compartilha.


Solidão passageira - 5/6/2018

Já ouvi muitas vezes que “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Bem, para começar, podem dizer que não é politicamente correto dizer que alguém é cego, por não ver. Concordo plenamente e aqui estou me referindo à cegueira do pensar. Por quê?

Bem, primeiro porque é uma reclamação. Gosto de pensar, escrever de vez em quando e fico feliz quando isto permite contato com as pessoas. Algum retorno, alguma apreciação outra que não a mesmice consumista do dia a dia. Mais feliz ainda quando recebo alguma criação, poema, por ser o gênero literário por onde estou me aventurando mais. Inspirar o outro é uma tremenda realização para quem escreve.

Mas, sempre existirão entraves e estes retornos são minoria. Conheci certa vez um escritor que se orgulhava da quantidade de livros vendidos. Para um ilustre desconhecido que era para mim, milhares de volumes era algo interessante.

Assim, resolvi ir numa de suas apresentações de mais um livro. No local não se encontravam mais de vinte pessoas e foi tudo organizado para no mínimo umas duzentas. Fiquei intrigado e no final fui compreender melhor tudo aquilo.

Ele tinha criado uma organização sem fins lucrativos que distribuía seus livros nas escolas, bibliotecas e outros locais. Ali estavam os patrocinadores que usavam dos incentivos fiscais para colocar em seus relatórios sobre responsabilidade social e eu era o único que veio querendo conhecer o escritor no lançamento de seu livro.

Aí fico pensando qual era a paixão real da escrita dele. Escrevia bem e para o público adolescente. Mas, novamente, era preciso estar no mercado. Contar sobre as viagens pelo Brasil e exterior, com ou sem suas obras. Isto não importava, só importava o movimento de mercado. Se fossem cegos não faria diferença. Para que pensar?

Além da reclamação existe outra constatação. Esta não saberia dizer quanto tem a ver com minha formação e constituição estrutural e quanto tem a ver pela minha trajetória até hoje. As possibilidades de combinações genéticas são tão amplas e lembrando Darwin o que é favorável se mantém.

Então, esta minha capacidade de adaptação, sobreviver em meio a tantas mudanças e ainda gerar um descendente antes do câncer, corrobora que o mais adaptado é que segue em frente, contribuindo para a perpetuação da espécie.

Também não estou querendo fazer uma autoindulgência pela minha situação hoje. Esta não serviria para nada. Estou talvez provocando o lado prosa para deixar de ser um pouco sintético demais e fazer o dicionário dançar com as ideias.

Pelo lado da trajetória, passei por diversas formações, que também poderiam estar relacionadas com a minha estrutura cerebral inquieta. Sempre existe algo por ser terminado e que acabo não terminando. Começo outra e por aí vai.

Percebi isto outro dia procurando o poema mais antigo que tivesse guardado. Ele é de 2005. Fiquei admirado como hoje no ano de 2018 ainda estou escrevendo poemas. E como sempre, pensando, percebo que é porque são rápidos como pensar quando se está treinado.

Antes da última frase escrita acima, parei e fui postar um poema no Facebook, porque hoje é dia do Meio Ambiente. Não tenho apreço pelas datas somente e pior quando nada representam do que fazemos. Mas hoje, dos dois jornais que assino só um tinha uma pequena nota sobre uma abertura da semana do Meio Ambiente. Isto é, foi para o fundo da gaveta. Fechando o parêntesis, vou voltar ao fio da prosa.

Assim, chego numa constatação derradeira. O pensar, mesmo que tivesse uma ótima estrutura, se não tiver conexões nada acontecerá. As conexões são feitas pelo aprendizado constante, encontro do melhor caminho para uso de menos energia. É uma construção social, que acontece pelas mais diversas formas. E aí penso numa criação de animais para engorda e abate. Podemos pegar o peru, um exemplo muito usado. Vive feliz e contente até a véspera das festas de final de ano.

Porque nossa sociedade chegou até aqui desta maneira? Ontem alguém se lembrou do poeta Carlos Drumond de Andrade, um dos melhores que tivemos. A outra pessoa participando da conversa disse: e pensar que era funcionário público. Esta última estava enaltecendo ou denegrindo tanto o funcionalismo público e ou os poetas?

Se o favorável é a técnica que nos mantém longevos porque precisaríamos pensar, ler, escrever, ter cultura? Estaria ela definhando e sendo encoberta por outras práticas que nos tirariam da pena de ter que viver sem opção? Por que não questionamos mais de onde viemos, por que estamos aqui, qual nosso propósito, para onde vamos?

Não tenho as respostas e penso que não as teremos tão cedo. Poderemos estar sempre encobrindo nosso principal medo, o medo de morrer. Ou poderemos aprender a conviver com ele, melhorando nosso pensar, criando formas de expressões que possam ser compartilhadas, apreciadas, criticadas, ou mesmo serem esquecidas em fundos de gavetas.

No momento, mesmo diante de toda a cegueira, não apreciação e nem critica, um vazio para forçar a desistir, espero que ainda viva um pouco mais. Viver para descobrir algo mais, um pensamento que ainda trará mais harmonia e gosto por estar onde estou, sem mágoas, numa solidão passageira.


A riqueza de quem? 25/5/2018
Começo a acreditar que contar histórias é mais eficiente. As pessoas guardam um causo e esquecem um exemplo. Tudo passa muito rápido e amanhã ninguém mais se lembra de nada.
Na minha infância lembro que o pai estocava gasolina em vidros enormes, daqueles de alambique. Tinha que ficar em lugar fresco para evitar a evaporação e mesmo algum incêndio. Tudo porque muitas vezes faltava gasolina por longos períodos e os preços eram abusivos. Ele precisava trabalhar e dar conta das despesas que não faziam greve.
Agora, maio de 2018, estamos com greve dos caminhoneiros. Dizem que existem as empresas que usaram os autônomos para forçar a greve e baixar o preço dos transportes para lucrarem mais. Pode ser possível e fico pensando quando a bomba gira no posto que pagar 45% de impostos e taxas é um valor bem alto. Já pensou ganhar 45 Reais a cada 100?
O problema maior é que continuamos sendo uma nação míope usando óculos para astigmatismo. Tínhamos tudo para despontar com tecnologia de ponta, energia renovável. Mas, os medíocres que governam, vendem-se por míseras viagens para o exterior, adornados da burrice que os cerca a todo o momento. Jamais deixarão um legado e serão sempre somente mais um governo deste ou daquele que passou porque foi obrigatório.
Quando a riqueza da nação será da nação? Difícil saber, mas com certeza as outras nações não nos deixam usufruir de suas riquezas.

O valor das coisas e o todo. 15/5/2018

O uso genérico de coisas é para indicar que podem ser pessoas, ações, objetos, tudo aquilo que pode ser identificado e com o qual temos alguma relação. Posso passar por uma sacola plástica jogada na rua e simplesmente passar. Por outro lado posso passar pela mesma, pegar e colocar no lugar adequado para a reciclagem, evitando que ela vá parar em algum rio e mesmo matar algum animal que dela se alimentar por engano. O que está por trás destas diferentes atitudes?

A diferença está no valor. Se eu valorizo manter o meio ambiente em condições melhores para se viver, vou tirar a sacola. Se por outro lado acho que não tem problema porque a sacola foi feita a partir de ingredientes naturais, mesmo tendo sido modificados, eu passo eu vou embora. Nesta última eu penso que sempre foi assim e depois, um dia, tudo se acerta.

Para tudo nós damos uma valoração e ela é bem subjetiva. Ela pode mudar o tempo todo e temos até aquilo que chamam de bolhas, normalmente as financeiras, que novamente estão atreladas a coisas e estas incluem processos, relacionamentos, ampliando todo o contexto. Por exemplo, valoramos hoje em dia o celular. Uma cela quadrada de cores vistosas que nos prende. Numa conversa pessoal deixamos o interlocutor de lado para atender uma mensagem. Cuidado?

Precisamos pensar sobre o valor das coisas não só no momento presente, mas também sobre os efeitos do mesmo no futuro. Se dermos valor para o que aparentemente parece melhor porque todos pensam assim o fim pode ser acelerado. Depois nós não poderemos reclamar. Para lembrar sempre: a cada pequena escolha, no valor que dermos ou não as coisas, nós contribuímos para com o todo, ao mesmo tempo em que seremos afetados pelo todo.


Perpetuação da insensatez. 2/5/2018

Agora com a queda do prédio em São Paulo, ocupado por pessoas sem as mínimas condições de segurança, ouvir declarações dando a entender que são pessoas más e por aí vai, é no mínimo angustiante.

De um lado temos o problema das moradias. A população continua crescendo e sem qualquer condição para ter uma vida digna. Claro que isto interessa para muitos. Todos os repasses de verbas e outros são feitos pelo número de habitantes. Existe uma sacanagem atrás disto e o poder se mantém assim. É preciso uma massa de manobra.

Do outro temos aqueles gananciosos que ousam dar opinião denegrindo as pessoas que viviam no prédio. Afinal, eles infringiram a lei da propriedade privada. No caso, o prédio era uma propriedade pública, e muito mal cuidada pelo administrador público da mesma. Estes gananciosos não veem problema nenhum quando invadem terras para ampliar suas mansões ou mesmo ter acesso restrito para o mar ou lago. Conheço vários casos e hoje com uma enciclopédia sempre a mão é fácil descobrir.

Temos duas situações, uma dicotomia. Onde está o problema? Ou melhor, o que fará com que o problema persista? O problema vai continuar existindo enquanto não tivermos uma melhor distribuição de renda, nada de esmola e sim políticas que aumentem o número de pessoas pertencentes à classe média.

Sempre teremos os extremos por razões várias, mas para o todo da espécie e da sociedade por ela constituída ficar em um dos extremos sempre causará estrago maior. A natureza vem garantindo a vida com base na diversidade e não com os extremos. Assim, poderíamos ser menos insanos, porque somos aqueles que procuram antecipar seu próprio fim, e imitar a natureza. Aumentando nossa diversidade, nossa distribuição da riqueza que pertence a todos que vivem neste planeta.


Para além do verniz. 28/3/2018.

Minha resposta quando recebi o link https://canalpimp.catarse.me/pimpexfranciscobeltrao?ref=user_contributed&project_id=73348&project_user_id=48898 para conhecer e apoiar.

Obrigado pela lembrança. Bem, fiquei pensando se deveria teimar naquilo que acredito poder ser melhor. Fui lá assistir um pouco de televisão porque dizem que sou muito alienado. Mas, fiquei pensando. Desde que mudamos para Beltrão na primeira Expobel fui visitar o pessoal da Itaipu e conheci este projeto http://jie.itaipu.gov.br/node/34633. Perguntei se poderia ser feito aqui em Beltrão e o problema era por ficar fora da Bacia Hidrográfica do Paraná III. Depois apareceu algo mais viável que era conseguir apoiadores e fazer os carrinhos aqui com a doação de motor e bateria de Itaipu. Na época, a associação de catadores não estava muito organizada ainda e estavam mais brigando por um barracão e caminhões para a coleta seletiva. Acabou não andando e não consegui seguir em frente. Enfim, ainda tentei mais uma vez com o Jorge Samek para ao menos fazer um eu mesmo pagando, mas descartaram porque disseram que seria algo muito pessoal. [Risadas minhas lembrando agora desta conversa]. Pessoalmente acredito mais no carrinho elétrico para diminuir o sofrimento da tração humana do que continuar mantendo a tração humana num carrinho "moderninho". Como sempre perco amigos e amigas por ser direto, espero que compreenda que não estou criticando sua lembrança de mim e o assunto é pertinente. Só estou fazendo uma critica direta ao projeto por dar um verniz somente.

O passado como referência. 28/3/2018

Abaixo meu comentário sobre este link https://freacs.blogspot.com.br/2018/02/lessons-from-past-future-cape-towns-day.html.

Penso que por termos esta memória de dezenas de anos de nossas vidas a percepção das mudanças naturais, ambientais, cósmicas então nem se fala, são muito difíceis para fazerem parte. Elas são discretas e fortes e mesmo assim não aprendemos com o passado. Muitos até criticam que o passado não é modelo para o futuro, mas pode ser referência. Uma referência de como proceder, e se olharmos em todos os momentos, dos quais temos registro, o problema foi de superpopulação. Neste ponto a natureza como um todo sempre se comporta assim e conosco não poderia ser diferente. Quando os recurso são fartos a multiplicação é explosiva, quando as condições se tornam contrárias, elas voltam ao patamar possível. A questão fundamental tem sido que mesmo sabendo nós repetimos o processo e hoje com um viés mais perigoso. Multiplicamos a pobreza, investimos na pobreza, porque é ela que garante o poder de quem está no controle. O incentivo continua sendo para consumir. Consumir é sumir. Muitas espécies já foram antes de nós, resta saber se também queremos isto. Porque temos chance de durar um pouco mais, aumentar nosso ciclo de permanência como espécie.


Soluções baseadas na natureza. 19/3/2018
O resumo executivo “Soluções baseadas na Natureza para a Gestão da Água” vem reconhecer aquilo que muitos já sabem há muito tempo. Não existe solução econômico-financeira para nossos problemas relacionados com a nossa possibilidade de vida. A natureza é quem garante nossa existência, todo o restante em nada acrescenta um dia de nossa existência, mas pode acabar com ela mais cedo.

Soluções naturais existem as mais diversas e aí podemos encontrar no passado, nos estudos do presente, na mudança do pensar, diversas maneiras para nos incluirmos. É preciso deixar de lado em muitas situações a separação do sujeito em relação ao objeto. Podemos viver sem muitas das coisas a partir da transformação de insumos naturais, mas teremos sérios problemas em relação à água e por consequência os alimentos.

Vale a leitura do documento em e buscar saber mais de como podemos ser mais ativos na adoção destas soluções. Existem opções para todos os níveis, assim como na natureza.
http://unesdoc.unesco.org/images/0026/002615/261594por.pdf


Dias comemorativos. 8/3/2018

Eles continuam sendo para mim nos tempos atuais o ápice da falta de humanidade. Comemoramos tantas coisas por obrigatoriedade midiática e apelos que raptam os inconscientes. Hoje, dia da mulher, se for numa reunião e tiver mulheres e não cumprimentar será algo notado. Afinal, desde cedo todos os meios de comunicação já avisaram.

Todos os 364 dias de boa educação, cortesia, convivência e principalmente estar junto sem querer isto ou aquilo, impondo algo ou procurando tirar proveito acabam não contando. Salvo algumas raridades humanas, encontro poucas pessoas com este viés não comemorativo.

De minha parte, quando possível vou apresentar meu ponto de vista. Acredito que temos muito para comemorar, mas não quero comemorar porque alguém mandou. Quero comemorar por ter reconhecido aquela diferença, a evolução e a conquista de uma pessoa, de um grupo de pessoas, por algo melhor para ela ou elas e para todos nós. Afinal, isto é o que contribui para a evolução da espécie humana.


O celular e o livro. 3/3/2018

Penso que poderia começar com o livro e o celular. Por questões tecnológicas o celular veio primeiro por uma questão presente. Quando Gutenberg desenvolveu um sistema mecânico de tipos móveis que deu início à Revolução da Imprensa e que é amplamente considerado o invento mais importante do segundo milênio, poder reproduzir sem escrita humana, todos devem ter ficado tão estupefatos como nos dias de hoje.

O celular é um veículo como o livro impresso ainda é para muitos. Já existem tecnologias as mais variadas e hoje eu posso publicar um livro que nem sonharia nos meus tempos de juventude. Posso escrever e publicar para todos que compreendem a minha língua. Se for preciso, a tradução chegou a tal ponto que posso me comunicar com qualquer pessoa do planeta.

Assim, penso que não existe este embate entre o livro e o celular. O problema mais profundo é se estamos querendo de fato ler, conhecer outros pontos de vista, aquilo que é diferente de nós.

No mais tudo são questões secundárias que escondem o verdadeiro problema de nossa época. Temos preguiça para pensar. Isto mesmo. Todos querem tudo pronto e de preferência servido com todo requinte.


Concordo, "A responsabilidade sobre o assédio é do assediador". 21/2/2018

“Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, afirma que... Nós vamos expor da maneira mais óbvia para que não restem dúvidas: quando falamos de respeito, não é difícil concluir que linguagem ofensiva não é elogio. Puxar o braço não é paquera. Insistir, quando ela já disse que não quer, não é legal. Se aproveitar fisicamente das mulheres em situações em que elas estão vulneráveis é estupro.”

E penso que devemos ficar atentos a isto desde as crianças pequenas, porque lá atrás muitas vezes se justifica e deixa passar, fazendo com que lá na frente, na idade adulta não se tenha mais noção da liberdade e dos limites para uma convivência social saudável. Esta educação desde o início deve ser para todos em ambas as situações e posições.

Então nada de admitir palavras ofensivas, ganhar o outro no braço como costumam dizer, pular para cima daquele que é mais fraco, passar a respeitar quando o outro diz que não quer mais brincar ou fazer alguma outra atividade. Lembrando que tudo deve ser levado com muito diálogo para não passar a ser somente uma imposição.

Teremos muito pela frente ainda, porque a grande maioria ainda teve uma educação totalmente ao contrário. Isto vai levar muitas gerações ainda para mudar, mas são precisos pequenos passos aqui e ali para mudar, evoluir e viver melhor.

Fonte: das citações https://nacoesunidas.org/artigo-a-responsabilidade-sobre-o-assedio-e-do-assediador/


Partido. 20/2/2018

Olhando para nós mesmos percebemos que o nosso corpo tem diversas partes e podemos dizer que somos partidos, isto é divididos em partes que quando juntas permitem nossa existência. Um bolo inteiro é diferente de um bolo partido em vários pedaços. Os exemplos seriam inúmeros e algo estar partido nos é comum.

Existe, porém uma confusão bem grande na seara política. Porque vindo lá de trás dos gregos, estaria a política ligada ao modo de ser e estar na polis, a cidade. Então somos todos políticos porque o tempo todo precisamos nos coordenar com um todo mais amplo. Ora seguimos como todos, ora criticamos, ora conseguimos que nosso ponto de vista bom para todos seja aceito, e...

Ao invés de sabermos que somos partidos, várias partes, mas sempre compondo um todo, procura-se deixar tudo partido. Até a vida na cidade, no campo em qualquer lugar é partidarizada. E assim quanto mais divididos continuamos o todo continua prejudicado. Nos extremos instala-se o caos social, que torna muito mais difícil tudo.

Quando temos posições, opiniões, somos críticos, é bom porque a diversidade de tudo torna a evolução possível. Mas quando nos apegamos não evoluímos e continuamos escravos de nós mesmos. Ficamos com a nossa parte do bolo, com medo de perdê-la e perdemos a oportunidade de saborear um bolo com todos os outros.

Porque queremos continuar partidos e continuar incentivando que tudo fique dividido? A quem interessa continuar assim?


Porque somo tão agresssivos nas redes sociais. 17/2/2018

Sempre fomos agressivos porque o outro é nosso inimigo e a conduta social veio amainar isto em suas mais diversas concepções. Cada sociedade foi se adequando para continuar existindo e o conjunto delas perpetua a espécie humana.

As redes sociais, quer dizer virtuais, porque tenho pessoas na rede que nem me conhecem, não sabem como sou, permitem todo tipo de manifestação. Ela, a rede social, também permite o melhor e o pior de nós como na sociedade real de carne e osso. Com uma diferença, aqui na rede não é preciso estar frente a frente, assim como o papel, uma tela vazia aceita tudo.

Acabamos mostrando aquilo que somos do mesmo modo, mas sem o risco de levar um "tapa na cara". Por isso, aqui sempre teremos manifestações mais agressivas e com um detalhe que julgo pitoresco e venho observando a mais tempo. Aqueles que se dizem formadores de opinião, que deveriam construir sua opinião própria, acabam sendo agressivos com aqueles que tem opinião contrária e nem se quer admitem que a outra possa existir. O que acaba denigrindo o formador de opinião que assim age.

Ele ou ela no caso, para ser politicamente correto, formam qual opinião se só existem sendo contrários a outra opinião?
Para continuarmos pensando, porque quem pensa tem opinião, respeita as contrárias e evolui.


Diversidade. 14/2/2018

Penso que cada vez mais estamos perdendo nossa pertença a espécie humana.
Não sabemos aproveitar a riqueza da nossa diversidade porque transformamos ela em guerra entre diferentes.
Isto é, o sujeito além de separado do objeto é separado de si mesmo.

Sobre fontes de energia. 25/1/2018

Qual fonte tem menor impacto se considerarmos toda a cadeia de produção de tudo o que é necessário para sua construção e mais os impactos do empreendimento em si pela potência instalada? Sem fazer pesquisa penso que as pequenas centrais hidrelétricas, assim como no passado foram os pequenos moinhos movidos com roda de água. O problema maior penso ser ainda não acreditar que a diversidade funciona para tudo. Isto inclui buscar a eficiência energética em todos os nossos processos de produção.

Redação no ENEM, e? - 19/1/2018

Isto mesmo, o resultado do ENEM mostrou que de 5.000.000 de candidatos, 309.000 zeraram em redação e apenas 53 conseguiram a nota máxima.

Entre os muitos comentários que li sobre o assunto o que mais impressionou foi de que a falta de curiosidade do estudante acaba não incentivando o professor a ensinar.

Pensando um pouco temos várias línguas portuguesas, fiquei na dúvida sobre o plural. Temos o que se fala nas ruas em cada região, todos compreendem uma conversa simples. Claro que vocábulos específicos podem complicar. Por exemplo, estou numa região de colonização vinda dos pampas. Existem termos próprios, mas isto não impede a maior parte da conversa.

Existe também o português de cada profissão que causa uma confusão daquelas. Cada uma em a sua panela de vocábulos e às vezes é preciso parar e perguntar o que quer dizer. Aqui um problema enorme. Quem pergunta pensa que se coloca em posição inferior. Já penso que quem não adéqua sua linguagem ao púbico é arrogante e nem deveria merecer a atenção.

Entendo que existem palavras próprias, termos técnicos, necessários para o melhor entendimento e evolução, mas daí achar que tudo deve ser sabido por todos é um tanto complicado, inatingível.

Assim, precisamos que o idioma tenha qualidade para podermos nos comunicar e iniciar nossos estudos mais aprofundados quando chegamos ao nível superior. As provas são justamente para isto e elas deveriam estar servindo para questionar qual é a preparação que é dada.

Agora justificar que o professor não se sente incentivado pelo aluno é demais. Quem deveria incentivar, encorajar, animar e instigar, desde as séries iniciais é justamente o professor, a professora.

Conheço muitos pais quase analfabetos que sabem incentivar seus filhos e eles são sempre os melhores nos estudos e com certeza não farão parte da turma do zero. Inventar qualquer desculpa sem questionar a qualidade profissional daquele que ensina é puro deboche daqueles que sabem como fazer muito bem e que depois são menosprezados pelos próprios pares.

Descaso atual com a política - 11/1/2018

A política é necessária para a polis. O problema é que temos uma política ditatorial de minorias que se elegem pelo sistema que está aí. Assim, o poder é exercido por poucos. Enquanto o sistema não for representativo de fato, acabando com as coligações e cada um dizendo para o que veio, penso ser difícil ter qualquer interesse. Concordo que não virá um salvador da pátria, mas é preciso quebrar tudo para que algo novo possa surgir. E este algo novo não serão nomes novos com o mesmo sistema vigente.


51.325 - 3/1/2018
Este é o número de compartilhamentos de uma notícia no Facebook nesta data. Ela apresenta o trabalho de Diego Saldanha, morador de Colombo no Paraná que com uma barreira feita de galões plásticos no Rio Atuba, retira o lixo. Ela já tirou de tudo e até um fogão.

Penso que nada mudou por enquanto. As pessoas ainda não entenderam que o mundo virtual não irá agir sobre o real, a não ser que as pessoas de fato arregacem as mangas e façam. Ele disse que durante o ano de 2017 tirou algo em torno de uma tonelada.

Já imaginou se todas as pessoas que compartilharam fizessem o mesmo e se todas as que viram a notícia também? Aí sim teríamos uma reação em cadeia que poderia provocar alguma mudança. Por enquanto, segue sendo uma notícia muito vista e que espera-se tenha seguidores.
Quantos teriam que ser os compartilhamentos e curtidas para mais alguém começar em outro rio ação semelhante?



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