2021 - claudioloes

Cláudio Loes
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2021

Efemérides
Efemérides,   conforme o Dicionário Houaiss "livro, agenda em que se relacionam os acontecimentos de cada dia; diário"
e o Dicionário Aurélio, um "diário, livro ou agenda em que se registram fatos de cada dia".
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Despedida. 22/12/2022

Sou grato a todos que sempre me acompanharam aqui, por essa lista de distribuição de meus poemas, pelo feedback dado com as mensagens, usando o WhatsApp.
Esse será o último envio. Não darei detalhes e peço a gentileza que compreendam que as razões são, estritamente, de foro pessoal, para evitar más interpretações e/ou usos dos meus rabiscos literários.
Continuarei com os outros canais de divulgação, colunas em jornais e revistas, e participando ativamente das entidades literárias das quais sou associado.
Mais um ciclo se fecha, uma pausa, um descanso, um repensar.
Muito grato a todos!
Obs.: a partir desta data a lista do Whats com poemas meus deixa de enviar e faço postagens somente pelo Instagram (https://www.instagram.com/loesclaudio/) e pelo Facebook (https://www.facebook.com/claudio.loes/).


Eles querem destruir a confiança na democracia. 30/10/2021
Esta frase está sendo plantada pelos ditadores e ditadoras de plantão que querem o fim da democracia. São aqueles que querem de algum modo o poder somente para si, começando por decidir como o outro deve pensar. Dos regimes que conhecemos, a democracia ainda é o mais interessante, minha opinião e você pode discordar, afinal, vivemos numa democracia. Infelizmente a democracia já nasce com um desafio porque ela admite o contraditório, o diferente e lhe dá o mesmo espaço e tempo para dialogar. Experimente dialogar com regimes totalitários, ditaduras, sobre o fim deles mesmos. Com certeza não irá muito longe. Ainda confio na democracia e já passei muito anos por governos com uma mesma tendência bem clara. Em alguns a tendência única e exclusiva foi para o seu próprio bem. Posso afirmar que qualquer processo, tecnologia, estão sujeitos a falhas e justamente por isso são auditados e revisados o tempo todo para serem aprimorados. Se estes processos, tecnologias, estão sendo usados pela democracia, então a falha é expandida para ela. Perfeitamente normal saber disso. O problema é quando os instrumentos, processos, usados pela democracia são declarados e tidos como infalíveis, inexpugnáveis, não sujeitos a erros e manipulações devido a sua complexidade. Aí reside o perigo para a democracia. Anteriormente já afirmei que a democracia admite o diferente, o contraditório, e qualquer tentativa de autoritarismo, até em seus instrumentos e processos, este sim é um grande perigo. Precisamos ficar atentos se quisermos de fato liberdade para continuar a pensar, escrever e ler. Do contrário, não iremos muito longe e o fim da diversidade, das culturas, das linhas de pensamento torna-se iminente.

Desencantos. 7/9/2021
 
Estamos em 2021, data em que se comemora a Independência do Brasil.
 
Num primeiro momento penso que preciso voltar e estudar mais a história, aquela que não ensinaram nos bancos escolares, ou que se perdeu nas memórias minhas destes anos já vividos.
 
Temo sempre que as pessoas querem que alguém lhes dê a solução para tudo. Temos anos de formação nesse sentido, eu mesmo vivi isso e fui posto de lado. Penso que hoje compreendo melhor o porquê disso tudo.
 
Este querer pronto, só tomar para si não existe. Tudo o que já fizemos e aquilo que viermos a fazer tem uma relação direta entre o benefício e o custo para obtê-lo. Tudo precisa de um movimento, de uma busca. Para comer é preciso levar o alimento até a boca, para conseguir o alimento é preciso comprar, para poder comprar é preciso ter trabalhado para merecer e seguimos assim adiante, numa sequência quase sem fim.
 
Num contexto mais amplo, as pessoas continuam sendo meras peças dentro de um sistema. E quanto mais complexo ele for, menos ele será previsível e menos teremos noção do rumo das coisas.
 
Até os algoritmos erram e feio para manter o controle. Afinal, não é bom que alguém tenha autonomia, é preciso sempre manter todos dentro das engrenagens que trazem o consumo como solução para todos os problemas. Isto vale tanto para os acumuladores de coisas, como para os que vivem com pouco. Porque esta cirando é muito maior.
 
Enfim, existe um desencanto de minha parte com tudo isso. Foram muitas as tentativas de mudança e nenhuma delas surtiu efeito, levou para frente, provocou algo novo. Por quê? Porque todas ia no sentido contrário da engrenagem econômico-social.
 
Devo confessar que no momento não tenho interesse em descobrir como reverter, fazer diferente e melhorar. Já fico feliz se consigo dialogar comigo mesmo, perceber, compreender e pensar sobre. Quanto maior é a roda que está girando tanto mais difícil será vencer a sua inércia. Se for feita alguma tentativa, provavelmente será quebrada primeiro, mas logo em seguida começará a construção de nova roda e por aí vai.

Ninguém irá ler ou compreender. 01/07/2021
Um mau exemplo sempre vem de cima. O capital não conhece nada e nem opta pela democracia ou ditadura, isso fica para as pessoas envolvidas. Quando vendemos matéria prima sem valor agregado, continuamos sendo escravos, porque depois compramos equipamentos sofisticados de volta e isso custa bem mais caro. Um país que não desenvolve sua tecnologia nunca será livre. E se for feito deverá ser para valer e não para privilegiar um grupelho.
Tenho uma pergunta que anda ao meu lado e que ao mesmo tempo serve par manter o alerta ligado o tempo todo.
Se foi declarada a suspeição de um juiz para o julgamento de um caso o que acontece com todos os outros juízes que nas instâncias superiores ratificaram o julgamento deste mesmo caso?
Uma base sólida torna possível a construção de algo mais, diverso. Um construtor de casas sabe bem disso. Fundamento ruim sempre dará problemas no futuro. E ainda, o fundamento pode ser o mesmo, para a mesma carga, no entanto, podem ser construídas as mais diversas  moradias dentro dos limites.
Voltando a pergunta, até esta data não consigo entender como a base, o início de tudo foi declarado não válido e todo o resto se mantém de pé. Confesso que não entendo das leis e também não encontrei explicação para tal.
Esta pergunta mantenho para ficar atento, agora temos outra situação. O capital trafega de lá para cá e vice-versa, quando se desequilibra alguém vai atrás do que lhe foi tomado. Lembro de episódio recente de hordas humanas vindas da África invadindo a Europa. É só pegar os livros de história para entender que quem foi espoliado um dia vai atrás do que foi seu.
Agora um caso mais emblemático. Um ladrão solto que elogia uma ditadura. Volto a frisar o capital não está preocupado com o regime social e sim com o poder. Quem detém o poder é muito bem visto pelo capital. O capital vai para o lado de quem o defende.
Quantas pessoas morrem nos regimes fechados mundo afora? Quase impossível saber, porque a contaminação vai longe. Tem aqueles que dizem que para chegar ao poder não é preciso eleição, e falam isso dentro de um sistema de sociedade supostamente democrático.
A vantagem neste meu canto solitário é poder escrever para lembrar e não precisar concluir nada.
Sei que é impossível alguém se dizer democrático e defender uma ditadura externa. Ele com certeza estará mentindo e acreditando que se tomar o poder e fizer uma ditadura poderá atrair o capital e exercer o poder sobre outros. Ele só esqueceu que não dá para construir em cima de fundamentos que não existem. Tem ditaduras com mais de 5.000 anos de história e se muito temos uns 500 anos. Risível e irônico. É preciso estar atento.

Desejo de renascer. 06/06/2021
Os tempos são de dicotomia exacerbada, onde ser diferente é um estigma a ser carregado. Fazer ou não parte de grupo, ou não fazer parte de grupo nenhum é proibido. Afinal, todos querem saber quem é o amigo e quem é o inimigo. Até eu quero saber, com uma diferença.
Não quero amigos que bajulem, ou que queiram só tirar proveito, para depois passar bem longe em qualquer situação contraditória. Também não quero inimigo, porque ter que ficar encarando outro como alguém a ser destruído a qualquer custo só revelaria minha falta de condições para evoluir. Podemos todos ser diferentes e de fato o somos. Poderá escolhe qualquer categoria de classificação e sempre terá pessoas diferentes, seres diferentes, objetos diferentes.
Quanto mais nos apegamos a dicotomia e não conseguimos lidar com ela de modo pacífico, a sangria continuará sendo sempre maior. Os que mais sofrem e se sentem oprimidos seguem para o outro extremo. Querem um lugar onde a maioria seja a sua, como agora acontece ao contrário. É algo bem sutil, exige percepção e astúcia.
Um salto discreto e que outro dia ouvi mais ou menos o seguinte na rádio. Aproximadamente dizia: “você não é contra o capitalismo, você só não gosta de ser pobre no capitalismo...”. Como peguei o final, não sei qual foi a questão anterior, ou a discussão em andamento. Então, para quem é pobre no capitalismo, seu desejo seria renascer rico no capitalismo? Estranho?
Este desejo de querer algo melhor sempre será salutar e teremos nossas diferenças e elas precisam ser negociadas, cada parte sede um tanto e ganha outro tanto. Uma negociação para incluir tudo e todos. Qual seria o ganho querer o fim do outro? Qual seria a vantagem ter uma sociedade sem pessoas? Nem vou falar em relação ao mercado.
Vou usar meu exemplo pessoal. Escrevo poemas, faço algumas fotografias e algumas artes. A maioria não gosta e não sou um sucesso de vendas no mercado. Mas nem por isso meu desejo é renascer numa nova sociedade onde todos, repare bem, todos gostam só daquilo que escrevo.
Só um aviso, não estou seguindo nenhum padrão de texto ou outro, estou somente navegando nos meus neurônios coma bússola do Jack Sparrow. Quero ficar atento com meus desejos e saber que não adianta e nunca será salutar o desejo de evoluir, melhor, com a eliminação do que é diferente de mim. A diversidade sempre será melhor. Se como filhos desobedientes quisermos teimar contra nossa grande mãe natureza, ela sempre estará dando alguma lição.

Felicidade constante e dinâmica. 15/05/2021
Hoje só tristeza para melhorar o clima, parar e pensar.
Seguir em frente, amar a vida exige maestria e enfrentamento de situações extremas. São os extremos que rompem barreiras que antes pareciam instransponíveis.
Acreditamos, muitos de nós, que é só fazer o bem que tudo estará bem. Claro que fazer o bem é sempre melhor. Porém, existem ciclos dos quais compreendemos quase nada.
Podemos estar envolvidos numa guerra antiga entre vírus e bactérias. Podemos saber pouco se somos uma parte microscópica de algo maior. Basta imaginar que existe uma colônia de bactérias que participam, tornam possível a absorção de nutrientes pelos organismos maiores. O que será o universo para elas?
Existem muitas coisas acontecendo que não estão sob nosso controle, e temos a tendência de querer controlar como deve ser. O controle é algo que se busca para se sentir bem. Não sair da zona de conforto é uma maneira de querer ter controle, menos gastos de energia, alegrias e por aí vai.
Assim, de tempos em tempos somos surpreendidos por situações extremas. E novamente queremos ter controle.
A alegria constante seria uma chatice tal como se a tristeza fosse constante. É preciso uma gangorra para poder brincar no parque da vida. Altos e baixos para ser lúdico e divertido viver. Se alegria ou tristeza não importa. O que importa é o que nós faremos quando tudo for só alegria, ou se tudo for só tristeza.
Cada um deve procurar suas respostas. Meu caminho, que penso ser interessante para mim, poderá não ser para outros. Entendo que se estivesse somente alegre seria muito chato. Isso vale para a tristeza também.
A minha felicidade constante é dinâmica e fica melhor na medida em que percebo as mudanças, os tempos para curar, as cicatrizes que encorajam, as lições que ficaram guardadas, as trocas entre tudo e todos, os momentos para saber silenciar e esperar.

"Meter o braço" 14/04/2021
Sabe que ultimamente estou relevando tanta coisa e está sendo interessante, quanto mais faço silêncio rádio para estas indelicadezas, falta de classe, chateação, incomodo que muitas pessoas proporcionam, mais vão aparecendo as pessoas que tem sensibilidade, amor, paciência, que buscam o novo, a aventura, enfim, saem da mesmice.
Tem sido encantador, claro que não é fácil, as vezes dá vontade de voltar atrás e "meter o braço" com tudo.
Fico rindo à toa de vez em quando, espero resistir porque o resultado tem sido muito bom. Penso que voltar a caminhar na madrugada tem dado outra visão, um dia de oportunidade, quando tudo ainda pode acontecer.
Ir ver o pôr do sol é diferente, passa a ser mais um olhar para trás, ver o dia que passou. Claro que se puder fazer ambos seria melhor ainda. Tudo para manter a calma e serenidade nos caminhos da vida.

Verdade ou mentira? 7/4/2021
Tudo o que falo e tudo o que escrevo é sempre verdadeiro; aquilo que foi por mim produzido e expresso pela fala ou pela escrita. Ninguém jamais seria falso ou mentiroso nesse sentido. Se escrevo uma frase inteligível para mim, no futuro ela é verdadeira porque posso decifrá-la, saber o que foi escrito. Se digo que a luz cegou meus olhos, isso é uma expressão verdadeira, com força brutal de poder tirar a visão. Sim, vais reclamar dizendo que não é bem assim. Concordo contigo.
Vamos pegar a frase: a luz cegou meus olhos. Claro que isso pode não ter acontecido e estou aqui escrevendo, vendo o que escrevo, olhando para o teclado. Então, poderias dizer que expressei uma mentira. Sim, em relação ao tempo de quando expressei a frase e o agora, bem depois, é uma mentira, porque não fiquei cego, porém, isso não tira a verdade da frase em si: a luz cegou meus olhos. Ela tem força de expressão de um instante, um momento.
Podes dizer que é um engano que criei, sim concordo também, mas pense bem, tudo o que escrevi até aqui é mentira ou verdade? A escrita em si é verdadeira, estou sendo verdadeiro em relação ao que pensei e depois coloquei em palavras. Ao longo do tempo, ou com outras contribuições e pontos de vista poderá ser que não.
Aí estaríamos indo um pouco mais além para, quem sabe, descobrirmos que tudo o que fazemos é manter uma mentira verdadeira o tempo todo.

Desabafo de um eremita. 24/3/2021
Estar num canto, isolado e sem saída é a pior fase que pode existir. Todos têm seus tempos, suas exigências e os meus pedidos pessoais ficam de lado. Não é uma questão de coisas grandiosas, de alto custo. São muito simples e posso citar até um relacionamento íntimo e sincero de fato. Não existe exigência, mas sinto a falta disso e vai ficando pior a cada dia que passa. Quanto as profissionais não têm nada que valha a pena citar. Posso fazer muitas coisas aqui e nenhuma delas tem valor porque não existe o outro. O isolacionismo paira nestas terras, levada pela poeira lá embaixo. A cada dia que passa os fundamentos vão perdendo um pouco de sua essência. O sol abrasador e as noites invernais fazem todo o trabalho com paciência milenar. Queria até voltar lá embaixo e refazer alguns fundamentos, mas não teria forças para voltar aqui em cima. Todos os dias me enviam uma cesta de alimentos, o que me mantém vivo. Porém, já não existe espaço, porque vai ficando apertado o coração e respirar tem sido sufocante. Antes ainda podia ver outros e me comunicar, mesmo a distância. Hoje, parecem todos tão perto e quanto mais perto mais surdos penso que estão. Os mais novos poderiam melhorar os fundamentos, mas quando descem não voltam mais, simplesmente se perdem e nem sei qual destino tomaram. Fico aqui neste lamento que consome meus dias e para os quais penso que a esperança também definha. Meu consolo é quando vem a noite e tudo silencia. Abre-se uma estrada para os céus e posso por ela caminhar até cansar, depois deito-me e durmo. Sonho com as estrelas e planetas que vejo se apagarem para os olhos.

Como os animais. 05/03/2021
Andar pelas matas, fazer trilha por uma sanga, sentir a água gelada num dia de calor intenso, ouvir o canto dos pássaros, é uma fonte intensa de felicidade. A reconexão profunda é como recarregar as energias e partir para um novo ciclo de atividades com as baterias novinhas em folha. O que poderia estragar tudo isso?
Um ser muito inteligente que supomos estar no topo da evolução. Ele consegue fazer muitas coisas, usa o cérebro para pensar, consegue se organizar em grupos sociais que tem maiores chances de perpetuação da espécie. Consegue até sair da terra, sua casa, aquela que garante sua existência e sustento para buscar outros planetas, se aventurar pelo espaço.
Mesmo com toda a sua tecnologia, este ser, que se diz humano, tem um grave problema. Ele não consegue fazer algo que a natureza, as plantas e os animais fazem muito bem. O ser humano na maioria dos casos, com raríssimas exceções, consegue fazer de tudo gerando o que chamamos de lixo.
Sim ele gera lixo, o único animal que faz isso. Os outros animais gera
m somente resíduos. Os resíduos depois de degradados voltam como nutrientes para as plantas, que depois servirão de alimento para outros animais e o ciclo segue adiante. Existem muitas outras complexidades neste ciclo de reaproveitamento, reuso e regeneração.
O ser humano se orgulha de não ser mais somente um animal. No entanto eu teria um grande pedido para fazer. Quando você estiver nos campos, matas, rios, cachoeiras comporte-se como os animais, por favor. Leve seu lixo para casa, guarde corretamente, porque a natureza não sabe o que fazer com esse lixo. Algumas bactérias estão aprendendo a se alimentar de alguns lixos, mas isso é pouco.
Por favor, comporte-se como os animais, leve seu lixo com você.

Reflexão Covid. 22/02/2021
É tudo muito triste, mas entendo que existe algo nisso tudo que penso e não estudei sobre, ou outra leitura. A natureza sempre procura um equilíbrio quando a pressão é muito alta. Já observei isso em criações, plantações. Os peixes aqui em casa quando comecei a aquaponia. Eu tinha mais peixes do que plantas, eles pegavam doenças o tempo todo. Aí fui aprendendo a equilibrar melhor a relação planta e peixe, aí são saudáveis, os parâmetros da água ficam estáveis e a relação é boa para ambos. Nós somos muitos como indivíduos, muitos tomam medicamentos regulares o tempo todo para continuarem vivos. O resultado é um aumento dessa pressão sobre recursos naturais para garantir a nossa vida. E aí vem o vírus para equilibrar as coisas, temo somente que ainda poderá ser pior, porque os que ficam vivos e com sequelas continuarão sendo alvo fáceis para outras ondas, algo que já estamos observando. Enfim, é triste ver partir porque são entes queridos, mas temos que ter tudo isso em mente. Só não sei se mesmo com tudo isso aprenderemos a ser mais equilibrados nesta relação do ser humano, como espécie humana, com tudo e com todos.

Vida Boa. 14/2/2021




Penso que daria para escrever uma crônica sobre aqueles que querem a vida boa sem nenhum esforço. No início uma corrida, um lugar na beira do mar com todas as mordomias. Aí descobrem que tudo tem um custo e a natureza é muito precisa na relação custo e benefício. A queda normalmente é alta, a maioria aprende pela dor e isso quando aprende. Quando ficam muito mal, cambaleiam para lá e para cá. Ainda tentam se agarrar em alguma esperança vã. O resultado é um só, descobrem que o fundo do poço é um pouco mais embaixo. Saem ralados, machucados ao extremo. Tudo pronto para seguir num velório sem fim e com todos dizendo: “falei que ia acontecer”. Parar? Nunca, jamais, é preciso seguir, a experiência sempre irá evocar novos rumos, novas tomadas de decisão. Se não tiver aprendido então é preciso correr novamente. Por que estou usando o plural? É sobre minha pessoa singular que estou falando. E se a experiência servir, por favor, não repita as mesmas decisões e ações. É só o que tenho a dizer. O resto você irá descobrir.

Palavras. 7/2/2021
Palavras são aço bruto, tudo depende do fio que se dê, da curvatura, do bisel ou mesmo o lugar onde se combinem com outras. O contexto, a entonação, tudo faz parte para dar brilho a este material bruto.
Queres protestar? A vontade, porque as palavras não são tão brutas assim, apartadas de nós. Elas nasceram ao longo de milhares de anos. Lá atrás o primeiro ronco mostrando os dentes para defender a caça recém abatida.
Os que queriam tomar uma parte do quinhão se uniram. Rosnaram em outro tom para combinar o assalto para comer. Vamos pense um pouco. Qual seria uma próxima possiblidade? Roubar a fêmea?
Aí teria que ser mais sofisticado, porque a força bruta contava ainda. A natureza sempre reproduz quem tem mais chances de se adequar, adaptar às novas condições. Teria que ter força e algo mais. Um alimento refinado que precisaria ser comunicado. Lembra de quando você come um pedaço delicioso de bolo e faz um som parecido com “hum”.
Poderíamos fazer um longo tratado sobre esta evolução. Não lembro ter lido algo antes. Só lembro um pouco das aulas de português quando aprendi sobre radicais, sufixos e prefixos das palavras. Nossa língua portuguesa com suas origens no grego e latim.
Muitas palavras foram sendo mescladas ao idioma e o nosso também foi para outras culturas.
Enfim, quero chegar nesse ponto da sofisticação das palavras e do seu uso. Porque aqui nós voltamos ao terceiro parágrafo deste texto. Pensamos ser muito evoluídos e ainda fazemos o mesmo uso. Basta pesquisar um pouco para ver a quantidade de dicionários que existem.
Vários grupos humanos com idiomas diferentes e dentro dos idiomas com dicionários para grupos específicos. Um exercício de poder discreto entre nós humanos. Temos palavras específicas para determinado grupo que serve para diferenciar quem não faz parte.
Aí fico com aquela dúvida cruel. O que ainda poderia nos unir como humanos? Teríamos uma língua comum ou manter a diversidade é o melhor? São dúvidas que sempre me rondam nas noites de lua cheia e nos dias de sol num céu de brigadeiro.

Diálogo. 1/2/2021
(mensagem postada num grupo de literatura do qual participo e temos a proposta de fazer criações com base numa proposta, junto desta mensagem foi um fotografia com uma Aldravia)
Minha proposta de criação para a semana fica inicialmente prejudicada porque tenho que começar com um “mea culpa”. Não consegui participar das duas primeiras e não pedi mais instruções para entender melhor qual seria a proposta.
Enfim, o silêncio pareceu uma proposta estranha e posso dizer que entendo por ser o primeiro mês do novo ano, que espero tenha desafios, prazeres e afazeres diversos para nos animarmos.
A pior solidão entendo ser a de um grupo. Porque temos muitas riquezas, diamantes para serem encontrados e lapidados. Devo confessar que não trouxe mais ninguém para o grupo porque a relação “corpo a corpo”, de um para um, tem tido efeitos e resultados melhores. Claro que poderiam ser maiores se fossem no nosso grupo.
Nesse passo, quero manifestar o apresso que ainda tenho pelo nosso grupo. E tenho a impressão de que precisamos voltar com nossas reuniões virtuais, numa primeira fase. Se vierem só três ou quatro já é melhor do que a solidão do grupo com carinhas e palmas de manifestação.
Participar exige um gasto de energia inicial, a experiência que tenho é grande e tem pessoas no grupo que também sabem como é tudo isso. Depois que a roda começa a girar, aí deixa de ser um peso, um gasto, para ser um prazer participar. Ainda seremos sempre melhores em grupo, um grupo de pessoas, inteligentes, belas e charmosas que buscam manifestar suas ideias, sentimentos e emoções pela prática da escrita.
Enfim, o diálogo. Precisamos do diálogo, o diálogo literário, para expor nossas criações e evoluir pela apreciação, crítica, sugestão, para sempre buscar o melhor. Ter esse desafio de ser criança que busca, questiona e vem e diz eu fiz assim ou assado.
Portanto, a proposta que tenho para o grupo é começarmos bem leve. A arte, fotografia mais a aldravia, espera iniciar um diálogo. Nada de palmas, carinhas, elogio ou outro. Ela é tímida e com seu dar-se a conhecer ela espera também conhecer outras artes.

Livros. 25/1/2021
Portas e janelas de nossa evolução. Escrever não é fácil e ler também não. Tudo exige esforço, energia e vontade. Quem escreve começa com uma ideia, que lê pode começar por uma frase. O gosto vai aumentando, o importante é começar. Escrever a primeira frase, ler uma aqui e outra ali. Depois tudo fica melhor e descobrimos quantos mundos se abrem quando lemos. Vamos compreender que a nossa existência tem facetas tristes, alegres, divertidas, sem noção, e tudo o mais que encontramos, imaginamos ou sonhamos. Abrir um livro é como abrir uma janela. Olhar lá fora pode cegar, mas sempre será melhor do que ficar mofando dentro, solitário, num canto qualquer. Escrever vai na mesma linha. Quando você começa a escrever, é como abrir um buraco na parede. Depois de aberto é preciso acertar, tornar atraente, instalar uma porta ou uma janela, para sempre poder passar, ir e voltar. Leia! Escreva! Leia! Escreva!

Brasileiro. 18/01/2021
Quanto ao brasileiro ser educado e que valoriza a boa conduta, as boas ações e toda a lista que podemos colocar, não tenho mais nenhuma ilusão ou expectativa. A Europa não nasceu culta, e temos um caminho enorme pela frente. Se pegar pelos países asiáticos, tudo é milenar. Então, volto a dizer que o caminho é longo. Isso também não quer dizer que desisto, um livro aqui, um poema ali, uma conversa acolá, fazendo eu mesmo aquilo que o brasileiro deveria ser. Se for mau interpretado ou não também deixou de ter importância. Como não guardo citação exata de cor, vou no religar.net porque sei onde guardei. E lá está a citação que cada vez fica mais clara para mim. “Através dos séculos existiram homens que deram o primeiro passo ao longo de novos caminhos, sem outros recursos além de sua própria visão”, da filósofa Ayn Rand. Vou criando visões que dão direção e desencadeiam ações concretas, muitas podem não dar em nada, fracassar no meio do caminho e até chegarem ao final. Mas, nem por isso vou desistir.

A cada ano. 1/1/2021
A cada ano nos enchemos de esperança. Muitos fazem planos e promessas, e outros tantos brindam, enquanto outros choram. Afinal, o dia segue seu curso, e não temos uma marca, uma ligação profunda com o acontecimento. Temos a passagem de um ano com base em um calendário adotado em 1582, o calendário gregoriano.
Pessoalmente, eu gostaria de poder comemorar mais os equinócios e solstícios, relacionados com a posição do sol em relação à Terra, por serem marcas iguais para todos nós. Isso, sem esquecer as fases da lua, por serem, também,  marcas iguais para todos nós, mas isso tudo foi posto de lado e perdemos nossa conexão com a natureza, mesmo sendo ela a única que nos dá a vida a cada dia.
Peço que não entenda isso como um sermão ambientalista, porque essa não é a intenção.
A intenção e o desejo é que todos nós possamos neste ano de 2021 e nos outros que se seguirão, ficar todos os dias mais atentos e seduzidos por um maior relacionamento com a natureza, com seus ciclos e com todas as pessoas. Ter somente aquilo que nos é essencial e reservar mais tempo nos conhecermos mais e melhor.
Acordar todos os dias e buscar uma compreensão mais ampla, na busca da verdade e da essência de nossa humanidade.



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